Identidade de Gênero e Orientação Sexual.

Atualmente os conceitos sobre orientação sexual e identidade de gênero são amplamente debatidos, porém muitas pessoas ainda desconhecem o real significado e diferenciações sobre esses temas.  O entendimento desses conceitos é de extrema importância para todos, ainda mais para o profissional psicólogo, pois em sua atuação, além de receber uma demanda alta da população LGBT, ele deve contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatização contra lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais.

Para entender esses conceitos, é necessário saber a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual, o primeiro está caracterizado por como o indivíduo se identifica, já a orientação sexual é para que gênero o indivíduo sente atração sexual e afetiva. Esses conceitos na maioria das vezes ainda é desconhecido do senso comum, o que faz aumentar ainda mais o preconceito na sociedade.

Quando tratamos de identidade de gênero, ela se desdobra em duas vertentes: uma a qual se refere ao indivíduo que se identifica, em todos os aspectos, com o seu gênero de nascença, conhecida como cisgênero e uma a qual se identifica com um  gênero diferente do sexo biologico que nasceu, conhecida como transgênero. Mas, é necessário compreender que quando estamos falando de transgênero, não estamos falando que a pessoa necessariamente deseja trocar seu órgão biológico por meio de cirurgia, pois encontramos pessoas trans que não desejam realizar essa intervenção cirúrgica.

Um dos pontos éticos a ser abordados quando se fala sobre transgêneros, é o nome social, que se refere aquele pelo qual as transexuais e travestis preferem ser chamadas, em seus dia-a-dia, refletindo sua identidade de gênero e não ao seu próprio nome de nascimento. A adoção do nome social é fundamental no sentido de extinguir as violações de direitos no âmbito institucional e impedir que o constrangimento bloqueie o acesso aos serviços e aos profissionais de saúde. 

A orientação sexual é a capacidade de cada indivíduo ter interesse emocional, afetivo ou sexual. Fala-se em orientação, e não de opção, porque não é algo que se possa mudar de acordo com o desejo.  Existem alguns tipos de orientação afetiva-sexual sendo eles:

  • Heterossexuais que são pessoas que sentem atração pelo sexo oposto e é visto pela sociedade como “normativo”, como exemplo um homem que se sente atraído por uma mulher ou vice-versa.
  • Bissexuais que são as pessoas que se sentem atraídos por ambos os gêneros.
  • Homossexuais, que se sentem atraídos pelo mesmo sexo, como um homens que se sentem atraídos afetivamente e sexualmente por outros homens ou mulheres que também sentem atração sexual e afetiva por outra mulher.

 Há também outros tipos menos conhecidos de orientação afetiva-sexual, como os panssexuais e os assexuais. A panssexualidade é caracterizada pela atração sexual por pessoas independentemente do sexo ou gênero das mesmas. Podem sentir-se atraídos por homens, mulheres ou também por pessoas que não se sentem identificadas com o seu sexo como no caso dos transsexuais. Já os assexuados não sentem atração sexual por nenhuma pessoa, mas podem sentir afetividade por outras pessoas.

Podemos levantar, dentre as questões éticas do tema, a patologização, exercida por muitos psicólogos, de pessoas que fazem parte do meio LGBTQIA +. O Conselho Federal de Psicologia proíbe essa prática, mas muitos psicólogos oferecem esse tipo de “tratamento” em seus consultórios. Esse tipo de ação só estimula o preconceito mais constante encontrado ao público LGBTs, que é a homofobia, conceituada como preconceito ódio aos homossexuais, muitas vezes levando à violência física.

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